O Sucesso de um Lider: OS SUCESSORES!

quarta-feira, maio 29th, 2013

“Sucesso sem sucessor é fracasso”. Com essa declaração alguém iniciou uma interessante exposição sobre a importância de se trabalhar na formação de novos líderes, que levem adiante projetos bem-sucedidos. Para isso, devemos estar cientes de que fazemos parte de uma história maior do que o período delimitado de nossa vida (algo já existia antes do nosso nascimento e algo continuará existindo após a nossa morte).

Se há algo precioso em nossa história de vida, isso deve ser mantido além de nossos dias. Então, precisamos gerar pessoas que levem adiante nossos sonhos e ideais. Do outro lado, vale a pena lembrar (sempre) de que a quase totalidade daquilo que nos influencia de forma importante é resultado da ação de pessoas que já morreram.

sucessaoEsse contexto se aplica tanto na vida secular (os grandes descobridores, inventores, filósofos…), quanto na vida cristã (os personagens bíblicos, os pais da igreja, os teólogos de todos os tempos, os missionários das diversas gerações…).

O fato é que a formação de sucessores (novos líderes) é um dos pilares mais naturais e essenciais quando se fala em liderança. O nosso foco é refletir sobre alguns pontos-chaves que fazem parte desse processo de sucessão.

 1. A Sucessão entre Moisés e Josué (Nm 27: 18 – 23).

Do mesmo jeito que há a necessidade de pais para que apareçam os filhos, também existe a necessidade de um líder para formar outro líder. Aliás, “certos aspectos do processo de paternidade permanecem bem constantes… requerem tempo, investimento emocional e sacrifício” (John Maxwell).

Em se tratando de um processo que chamamos de transferência natural de liderança, faz-se necessário o investimento dos dois lados, como uma via de mão dupla. De um lado, o líder em potencial deve manifestar algumas qualidades naturais e pessoais que tornarão a sucessão possível. Por exemplo, ele precisa ter convicção, coragem e disposição para seguir orientações do líder que está investindo em sua vida.

Já do outro lado, há uma necessidade fundamental de que aqueles que pretendem investir em novos líderes carreguem a responsabilidade de prover os lideres em potencial com o suporte que eles não consigam por si próprios. É de suma importância que o investimento no processo de formação de novos líderes seja marcado por alguns elementos, tais como: propósito claro; interação aberta entre novos líderes e aqueles que estão investindo na vida deles; e relacionamento saudável e sólido entre as duas partes.

O trabalho desenvolvido por Moisés em relação à Josué é um exemplo que pode ser chave para exemplificar um processo de sucessão. Nesse exemplo, pelo menos três elementos foram marcantes para que o processo fosse bem sucedido. São eles:

a) Delegação de poder e autoridade a Josué (Nm 27: 20). Josué recebeu reconhecimento positivo, aprovação e aceitação de líder e a expressão de confiança de Moisés. Depois que Moisés impôs as mãos sobre ele e faleceu, ninguém questionou a liderança de Josué.

b) Transmissão de experiência e permissão para praticar o aprendizado (Nm 27: 21 – 22). Josué aprendeu na prática, uma vez que Moisés partilhou com ele a vida pessoal bem como as responsabilidades, permitindo que ele testasse a liderança na função de espia, como comandante militar e como assistente.

c) Transferência de encorajamento e afirmação (Nm 27: 23). O tempo, a energia e as palavras de Moisés a Josué foram a maneira usada para que se criasse intimidade ministerial e confiança fundamental a fim de que o novo líder se sentisse seguro.

“Então, disse Moisés ao Senhor: O Senhor, autor e conservador de toda vida, ponha um homem sobre esta congregação que saia adiante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar, para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor” (Nm 27: 15 – 17).

“Josué se tornou o líder que completaria a tarefa de conduzir o povo para dentro da Terra Prometida. Essa ‘sucessão de liderança’ bem-sucedida resultou do exemplo e do preparo de Moisés e da voluntariedade e dos dons de Josué” (John Maxwell).

2. O Exemplo de Jesus na formação de sucessores.
Todo o ministério de Jesus como homem no mundo se deu num período aproximado de três anos. Ao final desse período, Ele deixou um legado de liderança para ser exercido pelos discípulos.

Uma análise breve sobre o legado deixado por Jesus aos discípulos nos ajuda a pontuar alguns fatos presentes na maneira como o processo de sucessão se deu em Seu ministério, a saber:

Fato 1 – Jesus convidou um grupo de homens comuns que seriam “treinados” como Seus discípulos (Mt 5: 19; Lc 14: 25 – 27, 33);

Fato 2 – Dedicou-se pessoalmente a esses discípulos com ensino, relacionamento continuado, maduro e objetivo (Mt 20: 26 – 30; Lc 10: 1 – 12 e 17 – 20);

Fato 3 – Orou por eles (Lc 6: 12 – 16; Mc 3: 13 – 19; Lc 22: 31 – 32);

Fato 4 – Compartilhou planos e futuros (Jo 14), inclusive a possibilidade do grupo produzir frutos (Jo 15: 1 – 17);

Fato 5 – Confiou-lhes tarefas, que iam de atividades simples (como buscar um animal, preparar o ambiente para jantar…) até atividades definitivas e definidoras do crescimento do evangelho, como a responsabilidade de se tornarem testemunhas de Cristo em qualquer lugar (At 1: 8).

Jesus treinou doze homens sempre com o objetivo de formar discípulos que, por sua vez, formassem outros (Mt 28: 18 – 20), realizando um ministério semelhante ao que Ele mesmo realizou (Lc 5: 10; Jo 20: 21).

3. Disposição para Aprender – Qualidade Indispensável na Sucessão.

Sem dúvida essa é uma qualidade fundamental para que o processo de sucessão na liderança seja bem-sucedido. Fica muito difícil ensinar alguém que não tem disposição para aprender.

Para cultivar uma atitude de aprendizado, devemos considerar alguns elementos importantes, os quais destacamos a seguir:

  1. A pessoa precisa superar a ideia de que tudo o que somos está ligado ao nosso destino, e que não adianta aprender, trabalhar para crescer, etc.
  2. O alcance de algum nível de sucesso não pode dominar a pessoa. Muitas vezes, o troféu já ganho impede a visão de novas conquistas – o bom é inimigo do excelente.
  3. A opção do atalho não pode ser considerada. Uma pessoa com atitude de aprendizado opta pelo trabalho duro e paga o preço do aprendizado constante.
  4. Humildade é requisito básico para quem deseja aprender. Em outras palavras, quem acha que sabe tudo jamais se dispõe a ser ensinado por outra pessoa (ou instituição).
  5. Habilidade para aprender com os erros. Entender que lamentavelmente estamos sujeitos a errar, e adquirir consciência madura para aprender cada vez mais, de modo a não permanecer cometendo sempre os mesmos erros.

John Maxwell adota, a história de Apolo (At 18: 24 – 28), o líder de enorme potencial que surgiu na história da igreja primitiva para nos dar um exemplo da maneira como um líder em potencial pode ser aberto ao aprendizado. Ele lembra que Apolo tinha origem numa cidade culta (v.24), era homem de boa educação (v.24), conhecia muito bem as Escrituras (v.24), tinha sido instruído na fé cristã (v.25), tinha um dom natural (v.25), ensinava a verdade com extrema capacidade (v.25) e paixão (v.26).

Mesmo com tanto preparo, Apolo tinha algo para aprender (ele só conhecia o batismo de João) e deveria ser abençoado pelo ministério de Áquila e Priscila, que poderiam expor-lhe “o caminho de Deus” (At 18: 26).

Jamais devemos nos esquecer que ninguém sabe tanto que não tenha algo a aprender.

  

Para concluir, devemos considerar que o processo de sucessão na liderança cristã é refletido no fato de que os crentes devem ter disposição para o estudo da Bíblia; os jovens precisam entender o valor da EBD e seminários; e pastores e líderes precisam se comprometer com a atualização ministerial, leitura, aprendizado que acontecem na troca de experiência com outros líderes.

Por outro lado, as igrejas locais, os líderes evangélicos, até mesmo os pais e as pessoas que exercem influência em alguma área de ação humana devem perceber a importância desse processo de sucessão e formação de novos líderes. Todos nós devemos atuar na descoberta de líderes em potencial, na garantia de oportunidade para crescimento, no investimento na vida de cada um, especialmente na formação pessoal, e finalmente, na abertura de espaço para que se manifestem no exercício de liderança espiritual.

#QueDeusContinueTeAbençoando!

Por Linaldo Lima
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REFERÊNCIAS:

  1. CAVALCANTE, Pr. João B. Princípios Bíblicos de Liderança (Série Serviço Cristão) – ‘A Lei da Reprodução – Educabilidade. 1ª Ed. São Paulo, Cristã Evangélica, 2011.
  2. MAXWELL, John C. As 21 irrefutáveis leis da liderança: uma receita comprovada para desenvolver o líder que existe em você. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2007.
  3. BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal. Versão Almeida, Revista e Corrigida, 1995.
  4. BÍBLIA Devocional de Estudo. Versão Almeida, Revista e Corrigida com referências, 1997.

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