Texto Bíblico: Atos 9: 15-16, 19-21.
Em meados de 60 a.C. Roma vivia seu primeiro governo de triunvirato, cujo principal destaque foi o imperador Caio Júlio César. Este célebre general romano foi um dos mais notáveis de seu tempo, exercendo um poder quase que absoluto. Tornou-se popular pelo seu discurso eloquente e pela sua e liberalidade na forma de agir; governou de acordo com os interesses do povo, sem favorecimentos a qualquer partido, e ficou marcado por ter feito grandes reformas, dentre elas: (1) Concedeu direitos de cidadania a muitos habitantes das províncias (essas dominadas pelos romanos); (2) Cunhou moedas com sua imagem; e (3) Reformou o calendário, incluindo o mês de seu nascimento (Julho).
Muitos anos depois, nascia na província de Tarso um homem chamado Saulo (nome hebraico que significa ‘grande’), filho de pais judeus da tribo de benjamim. Ele foi criado em Jerusalém e estudou aos pés de Gamaliel, um rabino muito respeitado da época, que era seguidor da ala progressista do judaísmo, doutor da lei; era da linhagem dos fariseus e venerado por todo o povo (At 5: 34-39).
Por nascer numa província de domínio romano e se destacar intelectual e religiosamente dentre os demais da sua época, Saulo se tornou cidadão romano por direito. Também se tornou fariseu e fiel cumpridor da lei, seguindo os passos de seu “mestre” Gamaliel; e aprendeu o ofício de fazer tendas (At 18: 3).
Como um fervoroso fariseu, logo se tornou perseguidor da Igreja de Cristo não somente com a autorização do Sinédrio judaico, mas principalmente tendo sua total aprovação e apoio. A decisão de Saulo era lei. O que ele fizesse, estava bem feito. A primeira aparição de Saulo registrada na Bíblia foi à morte do jovem Estêvão, por defender sua fé em Cristo. Saulo presenciou e consentiu na morte daquele jovem cristão (At 7: 58). Mas, como a maioria de nós sabemos da história, Saulo encontrou Jesus no caminho de Damasco, quando estava indo prender aqueles que abraçaram a fé cristã. Esse encontro mudou pra sempre a vida de Saulo (At 9: 1-18).
As perguntas que talvez mais pairasse na mente das pessoas que viveram naquele contexto de Saulo eram: Será que Saulo conseguirá viver sem as patentes e os nobres títulos que recebeu do império romano e do sinédrio judaico? Será que ele conseguirá voltar a viver no anonimato, em contraste com a notoriedade do passado? Graças a Deus que Saulo não somente conseguiu voltar a viver no anonimato, como também aprendeu lições valiosas sobre o significado da verdadeira grandeza. Ele não só aprendeu como fez questão de ensinar em todas as igrejas que fundou. Essas lições tornaram Saulo no maior apóstolo do cristianismo. São elas:
1. Ser grande é se tornar pequeno.
“Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus” (I Coríntios 15.9).
Após a sua conversão, Saulo passou a ser chamado pelo nome latino Paulo, cujo significado é pequeno. Deixou de ser “grande” para se tornar “pequeno”. Esse foi um dos grandes aprendizados do apóstolo. Paulo aprendeu que ser grande é muitos mais do que ter títulos dados pelos homens ou pelos seus próprios esforços; muito menos é se gloriar na própria sabedoria, força e riqueza adquiridas nessa terra (Jr 9: 23 – 24).
Ser grande, de fato, é reconhecer nossas falhas e incapacidades diante de Deus e dos homens. É reconhecer que não somos autossufientes ao ponto de descartar as pessoas ao nosso redor. É reconhecer a suficiência de Deus em nossas vidas (Jr 9: 24).
A verdadeira grandeza está na atitude de reconhecermos que somos pequenos e que somente Deus é grande.
2. Saber que toda excelência é de Deus.
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós” (2Co 4: 7).
A segunda lição que o apóstolo Paulo aprendeu foi que toda a excelência é de Deus, e que nós humanos somos apenas míseros vasos de barro que comportam o maior tesouro do mundo (o conhecimento de Cristo). Qualquer descuido (erros e falhas), o vaso se rompe por ser frágil, mas o tesouro será sempre o mais importante.
Conhecer a verdadeira grandeza é saber que somos um ‘vaso impróprio’ para comportar um tesouro tão importante, e que mesmo assim o Senhor faz questão de depositar tal tesouro em nós, para que saibamos que a excelência do poder é de dEle… E não nossa!
3
. Viver na Dependência De Deus.
“Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Filipenses 4: 10 – 13).
Os estóicos usavam a palavra ‘contentar’ (v. 11) para descrever uma pessoa que era autossuficiente em todas as circunstâncias. Em contrapartida, Paulo usa essa mesma palavra para repudiar expressamente a autossuficiência humana. Ele disse que a sua suficiência estava em Cristo.
Quando o apóstolo disse “posso todas as coisas”, a ênfase aqui não é sobre a realização, tampouco na disposição de permitir que o poder de Deus sustente a dificuldade e a escassez. Tal fé é um estimulante para crer em toda suficiência de Cristo ao encarar todas as circunstâncias da vida.
Nesse discurso para os filipenses, Paulo nos ensina que devemos depender de Deus em toda e qualquer circunstâncias que atravessemos.
Para finalizar, um fato: O apóstolo Paulo alcançou maior fama quando passou a ser chamado de pequeno (significado do nome latino Paulo) do que quando era Saulo (grande, em hebraico). Tal afirmação é comprovada quando lemos que foi necessária uma escolta de 470 soldados romanos para transportar Paulo preso à Cesaréia (At 23: 23). Ele se tornou um ameaça para o mundo em que vivia, porque sua vida era Cristo.
Que Deus tenha falado ao teu coração.
Por Linaldo Lima
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