Texto – Base: João 14: 16 – 17
A palavra “Consolador” (vs. 16) vem do grego PARAKLETOS e significa “Advogado” ou “Assistente” em questões jurídicas. Num contexto mais amplo, significa uma pessoa que provê encorajamento, conselho e força. Jesus estava prometendo aos discípulos que enviaria “outro” consolador (do grego “ALLOS” que significa ‘outro da mesma espécie’), alguém como Ele mesmo que, depois dele, continuaria o ensino e o testemunho que o próprio Cristo começou (Jo 16:7-13).
Nos capítulos seguintes do Evangelho de João, são ensinadas várias verdades a respeito do Espírito Santo, as quais compartilho com você resumidamente nesta mensagem. São elas:
(a) Ele nunca nos deixará (14: 16);
(b) O mundo não pode recebê-lo (14: 17);
(c) Ele habita conosco e em nós (14: 17);
(d) Ele nos ensina (14: 26);
(e) Ele nos faz lembrar as palavras de Jesus (14: 26; 15: 16);
(f) Ele nos convence do pecado, da justiça e do juízo (16: 8);
(g) Ele nos guia na verdade e nos dá discernimento quanto aos acontecimentos futuros (16: 13);
(h) Ele glorifica a Cristo (16: 14).
Jesus quis mostrar aos discípulos que a única diferença é que eles não teriam mais a presença física do mestre, mas teriam uma pessoa igual, desta feita, que habitaria dentro de suas vidas (14:17b). Após a ascensão de Jesus aos céus e a descida do Espírito Santo, a Igreja teve o seu maior crescimento da história. Na verdade, o Espírito Santo estava ativo entre o povo de Deus desde o princípio, mas, depois do Pentecostes (Atos 2), Ele veio habitar em todos os cristãos.
Entretanto, tenho estado muito preocupado com o perfil da igreja do século XXI. Fala-se muito em avivamento, mas na verdade o que estamos vendo é muito barulho, mas pouca manifestação do Espírito Santo nas ações de muitos cristãos. Há muita gente despreparada em cima dos nossos púlpitos introduzindo idéias criadas em suas mentes, pregando mensagens vazias para encher lingüiças e desabafando problemas que devem ser resolvidos em gabinetes pastorais, em reuniões de condomínio ou numa simples conversa olho-a-olho. Além disso, essas “lideranças” ensinam o que Jesus não ensinou, e falam o que Deus jamais falou.
Hoje em dia, o que enxergamos são pessoas fazendo coisas em nome de Deus, que assusta até o diabo, introduzindo doutrinas das mais malucas, mais esquisitas, sem pé e nem cabeça, faladas em nome de Jesus e anunciadas no poder do Espírito Santo. Como exemplos, podemos citar o tradicionalismo, o liberalismo, o legalismo, o coronelismo cristão, o nepotismo cristão, os movimentos estranhos (profetadas, falsos milagres, sonhos e revelações que contradizem à Bíblia), a Teologia da Prosperidade, a Libertinagem, os crentes business, etc. Todos esses movimentos, isolados ou simultâneos, estão sendo perceptíveis nas ações de boa parte dos membros de nossas igrejas.
Afinal, o que está acontecendo? Vejamos alguns pontos importantes para nossa reflexão.
1. A inversão de papéis
Em toda trama dramatúrgica (novelas, peças teatrais, filmes, etc.) existem dois tipos de personagens: o Protagonista (personagem principal da trama), e o Coadjuvante(participante, auxiliar, cooperador, colaborador).
Aplicando essa analogia à igreja de hoje, o que estamos percebendo é que Espírito Santo perdeu sua posição de protagonista da igreja, e se tornou um personagem coadjuvantee quase extinto em nossos cultos e em nossas deliberações. Muitas vezes, dizemos: “O Espírito de Deus está aqui!”. Mas, o Espírito questiona: “EEEEU?!”.
O que realmente estamos dizendo hoje, de fato, é: “Senta-te Espírito Santo! Agora é a minha vez de comandar, fazer e acontecer na igreja”.
Com isso a paixão pelo evangelho vem se apagando. O preparo ministerial está longe da realidade bíblica. A escolha de um pastor para assumir determinada igreja já não é mais decidida através de oração, mas, sim através de lobby (atividade de pressão de grupos, ostensiva ou velada, com o objetivo de interferir diretamente nas decisões do poder público em favor de interesses privados). Valorizamos mais o preparo teológico do que o preparo espiritual.
A falta de intimidade com Deus está estampada na miséria espiritual dos membros de nossas igrejas. Hoje é difícil distinguir um membro de igreja dos membros de clubes mundanos. Não há sinal de novo nascimento. A vida de oração foi sufocada pela correria do dia a dia. O que importa é chegar à frentena maratona da vida que nos leva a uma conquista de cargos, posições, status, recheados de muito dinheiro. A igreja não está preocupada com o diabo, muito menos com o pecado, o que deixa nossos líderes e membros inquietos é o fato de um ímpio estar ocupando o lugar que poderia ser deles.
Deus não depende de políticos ou homens de negócios para cumprir seus propósitos na terra. Ele continua dependendo de pessoas cheias do seu Espírito, que preguem com autoridade de quem tem uma vida santa e o firme propósito de engrandecer o nome de nosso senhor Jesus.
Para mudar esse quadro horrendo, precisamos fazer alguma coisa. Não podemos ficar parados, assistindo essa constante vergonha que salta aos nossos olhos. Fazendo uma reflexão bíblica e contemporânea, conseguimos visualizar dois importantes passos para que “voltemos ao primeiro amor”, são eles:
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Colocar os Papéis em Ordem. Precisamos devolver ao Espírito Santo o papel que lhe cabe na Igreja de Cristo, que é o de protagonista. Não somente da igreja, mas principalmente de nossas vidas. Precisamos novamente lhe confiar e entregar o rumo da nossa história como povo de Deus, papel que lhe foi dado por Cristo. Precisamos urgentemente que o Espírito Santo volte a ser o nosso Consolador. Precisamos deixar essa mania de estrelismo e entender que somos apenas meros coadjuvantes no Reino de Deus. Sem nós, Ele continua sendo Deus, mas sem Ele, nós não somos nada.
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Submeter o Coadjuvante ao Protagonista. O que significa isso? Simplesmente que devemos oferecer nossas vidas em total dependência ao Espírito Santo, colocando-o como o ator principal da nossa história. Nossa vida deve voltar a ser o palco de atuação do Espírito Santo, protagonista do Reino de Deus aqui na terra, e nosso Consolador.
Precisamos voltar a cooperar para o crescimento do verdadeiro Evangelho, através de uma vida cheia do Espírito Santo, refletindo em nosso rosto a imagem do Cristo ressurreto e fazendo valer o nome de Cristão.
Para finalizar, oremos para que o Espírito Santo possa voltar a ser o personagem principal das nossas vidas e ações. Que tenhamos a plena consciência de que não temos o direito de manipular as Escrituras para burlar regimentos que nos desfavoreçam.
Espero que o Espírito Santo volte a ser o protagonista da nossa história, e que voltemos a ser coadjuvantes cheios do Espírito Santo.
Que Deus possa ter falado ao teu coração, em nome de Jesus… E continue te abençoando.
BIBLIOGRAFIA:
1. Bíblia Devocional de Estudo | 2. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal | 3. Dicionário Aurélio – Séc. XXI.
Por Linaldo Lima
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Glóriass a Deus!! O Senhor falou grande e tremendamente ao meu coração, não só ao meu, mas a todos aqueles que estavam quebrantados e dispostos a ouvir a voz de Deus!! Temos pedido tanto um avivamento, mas, ao mesmo tempo queremos viver segundo a nossa vontade e protagonizar esse “espetáculo” que se chama vida!! Precisamos urgentemente assumir nosso papel de coadjuvantes para que o Espírito Santo brilhe e mova-se em nós novamente, essa foi a resposta que Deus me deu ontem, Louvado seja o seu nome!! Linaldo, és uma bençãoo.