Essa última abordagem sustenta que o feto é plenamente humano e, sendo assim, é homicídio qualquer tipo de tentativa de tirar a vida de um feto. Como em todas as outras abordagens, apresentaremos tanto os argumentos bíblicos quanto extra bíblicos que sustentam essa abordagem. Vamos ao trabalho?!
1. Argumentos Bíblicos Favoráveis à Humanidade do Feto.
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Bebês nascituros são chamados de “crianças” (Êx 21: 22; Lc 1: 41, 44; 2: 12, 16);
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O feto é formado por Deus (Sl 139: 13), da mesma maneira que Deus formou Adão e Eva à sua imagem (Gn 1: 27; cf 2: 7);
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A vida de um feto era protegida da mesma forma que a de um adulto (Gn 9: 6); a mesma punição que alguém recebia por ter causado a morte de um adulto, também se aplicava quando a vítima era o feto (Êx 21: 22 – 24);
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Cristo era humano (Deus-homem) a partir do momento que ele havia sido concebido no ventre de Maria (Mt 1: 20 – 21; Lc 1: 26 – 27, 31);
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A imagem de Deus inclui “homem e mulher” (Gn 1: 27), mas é fato científico que o sexo (masculino e feminino), é determinado na hora da concepção;
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Crianças nascituras possuem características pessoais, tais como pecado (Sl 51: 5) e alegria, que são traços distintos dos seres humanos;
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Pronomes pessoais são usados para descrever crianças nascituras (Jr 1: 5; Mt 1: 20 – 21), do mesmo modo como são usados para descrever qualquer outro ser humano;
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Os nascituros são chamados por Deus antes mesmo de nascerem (Gn 25: 22 – 23; Jz 13: 2 – 7; Is 49: 1, 5; Gl 1: 15).
Os textos acima não deixam nenhuma dúvida de que a um feto é uma pessoa à imagem de Deus, do mesmo modo que uma criança ou um adulto são. Eles são criados à imagem de Deus desde o momento da concepção.
2. Evidências Científicas Favoráveis à Humanidade do Feto.
A ciência moderna conseguiu abrir a janela do útero da mulher e, como resultado, ficou clara a evidência de que a vida humana individual começa no exato momento da concepção ou da fertilização.
É um fato genético que um óvulo humano fertilizado representa um ser 100% humano. A partir do exato momento da fertilização, toda a informação genética se encontra presente. Até o próprio sexo da criança também é determinado no momento da concepção. O óvulo feminino possui apenas vinte e três cromossomos e o esperma masculino também possui vinte e três cromossomos, mas um ser humano adulto normal tem quarenta e seis cromossomos. Do momento da concepção até a morte, nenhuma informação genética nova é adicionada. Tudo o que é acrescentado desde o momento da concepção até a more é comida, água e oxigênio.
Aproveitamos para resumir abaixo alguns fatos impressionantes acerca do crescimento dessa minúscula pessoa no ventre de sua mãe, a saber:
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Concepção: todas as características humanas estão presentes.
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Ela se implanta ou se “aninha” no útero de sua mãe (uma semana ou pouco mais);
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Seu músculo cardíaco pulsa, com três semanas;
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Sua cabeça, seus braços e pernas começam a aparecer.
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Suas ondas cerebrais começam a ser detectadas (de 40 a 42 dias);
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Seu nariz, seus olhos, seus ouvidos e seus dedos aparecem;
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Seu coração bate, e seu sangue (do seu próprio tipo sanguíneo) flui;
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Seu esqueleto se desenvolve;
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Ela é sensível ao toque em seus lábios e apresenta reflexos;
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Todos os seus sistemas corporais estão presentes e em funcionamentos.
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Terceiro mês: MOVIMENTO
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Ela engole, faz careta e nada ao redor;
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Ela segura com suas mãos e movimenta a língua;
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Ela pode sentir dor orgânica (de 8 a 13 semanas).
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Quarto mês: CRESCIMENTO
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Seu peso aumenta seis vezes (chega a pesar metade do peso que terá quando nascer);
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Ela cresce até atingir entre 20 e 25 cm de comprimento;
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Ela pode ouvir a voz de sua mãe.
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Sua pele, seus cabelos e suas unhas se desenvolvem;
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Ela sonha;
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Ela pode chorar (se houver ar presente);
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Ela pode viver fora do ventre;
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Ela está a meio caminho da data marcada para seu nascimento.
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Semelhantemente às outras duas abordagens sobre o aborto, apresentadas anteriormente, esta também gera algumas dificuldades de defesa, principalmente por admitirmos a ideia de que o óvulo fertilizado é plenamente humano. Aqui nos resumimos a seguinte questão: Se a vida da mãe estiver ameaçada na gravidez?
Esse caso não pode ser considerado como um aborto, por várias razões, tais como: (1) a intenção não é matar o bebê; é salvar a vida da mãe. Isso se justifica pelo princípio do duplo efeito, que afirma que, se uma ação (salvar uma vida) leva a duas consequências, uma boa (salvar a vida da mãe) e uma má (levar a morte do feto), o ato é justificável se um deles determinar um resultado bom; (2) trata-se de uma questão de vida por vida, e não de aborto sob demanda; (3) quando a vida de uma pessoa está ameaçada, como é o caso da vida da mãe nessa situação, ela tem o direito de preservar a vida com base no direito de legítima defesa (ver Êx 22: 2). Nesse caso ou o bebê morre, ou morrem ambos. É melhor salvar uma vida do que nenhuma.
Para fecharmos nossa série de estudos sobre o aborto, que põe em foco toda a questão da santidade da vida humana. Tanto a Bíblia Sagrada quanto a ciência apoiam a perspectiva de que uma vida humana se inicia na concepção, bem como declaram que é errado matar uma vida humana inocente. Mesmo assim, ainda há muito desrespeito a essa questão aqui no Brasil. Por ano, acontecem de 729 mil a 1,2 milhões de abortos clandestinos em nosso país. Recife tem de 50 a 149 óbitos por 100 mil crianças nascidas vivas. A Organização Mundial de Saúde classifica o Brasil com alto nível de morte materna. Precisamos mudar essa história, meus amados!
“A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntem: Por quem os sinos dobram? Eles dobram por vós” (John Donne).
Que Deus continue te abençoando.
Por Linaldo Lima
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BIBLIOGRAFIA:
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GEISLER, Norman L. Ética cristã: opções e questões contemporâneas. 2ª Ed. São Paulo, Vida Nova, 2010;
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BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal. Versão Almeida, Revista e Corrigida. 1995.