Áudio deste sermão ministrado na Paróquia Anglicana São Paulo – Auto do Eucalipto (Recife-PE), em 20/08/2017
Texto Bíblico: Romanos 4
INTRODUÇÃO
Com base no que já tratamos nos sermões anteriores a respeito da Carta de Paulo aos Romanos, nesta reflexão veremos que a doutrina da Justificação pela fé já existe antes mesmo da Lei Judaica, tendo como seu principal expoente o próprio patriarca Abraão.
O apóstolo Paulo, em sua teologia, situa a lei em seu devido lugar, colocando-a debaixo da promessa de Deus dada a Abraão.
1. Em Abraão, Deus também é justificado (Rm 4.2-3)
Ao crer na promessa, Abraão reconheceu Deus como bom criador e a si mesmo como ímpio sobre o qual a benção e a descendência ainda não se faziam presentes. Nosso problema mais profundo é que somos transgressores, apesar de fazer “obras”.
2. A Fé atribuída como Justiça (Rm 4.3; Gn 15.6)
De acordo com as Escrituras, a fé de Abraão lhe foi “atribuída como justiça”. Ao lidar com esse tema, Paulo foca na promessa na qual Abraão creu.
Entendemos de imediato que o reconhecimento divino é inteiramente diferente do cálculo humano, que somente concede ao outro o que lhe é devido. Deus considerou a fé de Abraão como justiça. Ao crer, Abraão não trabalhou, mas deixou Deus trabalhar.
Porque “esperou contra a esperança”, Abraão creu na promessa de Deus e isso lhe foi atribuído como justiça.
3. Deus é quem justifica (Rm 4.5-8)
Deus surge nesse contexto como “aquele que justifica o ímpio” (v.5). Essa afirmação implica uma regra única: Deus justifica somente o ímpio.
A atribuição da justiça como sendo independente das obras representa o perdão dos pecados (v. 6-8). Somente a atribuição divina nos torna justos.
4. Fé para todos (Rm 4.9-12).
Paulo não está meramente preocupado com as questões de seus contemporâneos judeus em sua discussão sobre a circuncisão de Abraão.
É, portanto, se suma importância para Paulo que a justiça pertencente à promessa tenha sido dada a Abraão quando este ainda era incircunciso. Ou seja, a promessa exige a “justiça da fé”. Essa justiça inclui os gentios. Essa fé é requerida do circuncidado (Judeu), que deve seguir a fé de Abraão quando era incircunciso (Gentio). Ou seja, essa fé é para todos.
5. A promessa da ressurreição em Isaque (Rm 4.16-25).
“Deus que vivifica os mortos” (v.17) – Abraão teve que acreditar que o poder de Deus, que pode dar vida aos mortos, daria nova vida ao seu corpo antigo e ao de Sarah para que pudessem gerar Isaque.
Não é acidental que Paulo faça uma conexão entre o nascimento de Isaque e a ressurreição dos mortos. Aquele que nasceu da ausência de vitalidade do corpo de Abraão e do ventre de Sara antecipa essa ressureição.
Os cristãos, portanto, não somente creem no mesmo Deus de Abraão. Eles alcançam a mesma promessa, como ele, agora “promessa cumprida” em Jesus, “que ressuscitou para nossa justificação” (vs. 23-25).
6. APLICAÇÕES:
- Viver pela fé representa obediência: Permite que Deus seja Deus e que seu julgamento sobre nós prevaleça (Rm 4.2);
- Viver pela fé é deixar Deus trabalhar (Rm 4.3);
- A justificação transforma o ímpio em nova criatura e o faz viver em novidade de vida (não existe crente ímpio / ímpio crente) (Rm 4.5);
- Abraão confirma a máxima de Hebreus: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6);
- Nós cristãos alcançamos a mesma promessa que Abraão, agora cumprida em Jesus, que ressuscitou para a nossa justificação (Rm 4.23-25).
CONCLUSÃO
Que o exemplo de Abraão possa nos deixar tranquilos quanto ao fato de que (também) alcançamos a promessa de Deus – Cristo ressuscitado para nossa justificação. Que vivamos, pois, em novidade de vida pela fé em Cristo Jesus
Por Linaldo Lima
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