Vivendo a Gloria do Segundo Templo

segunda-feira, maio 4th, 2015

Texto-Base: Ageu 2: 1 – 9.

vivendo-a-gloria-do-segundo-temploComecemos essa reflexão imaginando a seguinte cena: uma cerimônia de celebração de um povo pela reconstrução de seu templo (um de seus maiores patrimônios históricos), após regressar de um cativeiro sombrio, e praticamente ter que reconstruir seu país do zero. Pois bem, esse povo era Israel, que estava reunido para celebrar a reconstrução de seu templo, após as ruínas deixadas pela invasão babilônica.

Você deve estar imaginando a festa que esse povo fez nessa cerimônia, certo?! Mas, foi justamente o contrário que aconteceu. Em vez de alegria, via-se tristeza; em vez de júbilo, viam-se lágrimas escorrendo pelos olhos dos anciãos de Israel. O clima normal de celebração foi substituído pelo silêncio do povo, enquanto olhavam para o templo que foi erguido setenta e dois anosdepois da destruição do primeiro templo.

Para que possamos explicar os “porquês” desse momento, precisamos voltar à história da construção do primeiro templo (resumidamente) e, assim, compreendermos melhor esse clima emocional que tomava conta dos judeus.

primeiro-temploDeus incumbiu Salomão para construir o chamado Templo do Senhor (2 Sm 7: 12 – 14), para realizar um desejo que nasceu no coração de Davi, seu pai (2 Sm 7: 1 – 17). Esse templo permaneceu em pé por 400 anos até ser destruído em 586 a.C.. Uma equipe formada por 30 mil israelitas e 150 mil cananeus foi necessária para fazer a obra de construção, que duraram 07 anos. Antes de morrer, Davi já tinha deixado um vasto estoque de pedras preciosas, além das 153 mil ofertas voluntárias do povo para a construção. O principal objetivo da construção do templo era fazer “Deus habitar no meio de seu povo”. Após a conclusão da obra, Salomão orou a Deus, dedicando o templo construído; logo, desceu fogo do céu, consumindo o holocausto e fazendo a glória de Deus encher o santuário (2 Cr 7: 1 – 2). E a festa de dedicação do templo durou 08 dias ininterruptos, trazendo também diversos visitantes de países vizinhos.

Entretanto, esse primeiro e exuberante templo foi destruído pela Babilônia, e o povo do reino de Judá foi levado em cativeiro. Além disso, os babilônios incendiaram Jerusalém (2 Cr 25: 8 – 12), roubaram o tesouro do templo e o destruíram (2 Cr 25: 13 – 17) e mataramseus líderes.

A causa da destruição do primeiro templo foi a desobediência do povo a Deus e Sua Palavra, quebrando toda comunhão que havia nessa relação. A destruição propriamente dita só fez confirmar que a comunhão entre Deus e Seu povo havia sido quebrada. Porém, lá no cativeiro havia um remanescente de judeus que queriam reatar sua aliança com Deus. Dentre eles, se destacavam Esdras e Neemias, que tomaram a firme posição de reconstruir a cidade, começando pela construção de um novo templo.


1.
A Prioridade um novo começo.
Depois de tudo o que os judeus passaram no exílio babilônico, o novo templo representava o lugar aonde iriam se encontrar com Deus novamente. Por que o templo era tão importante assim, se os sacrifícios poderiam ser realizados em altares temporários? Não seria melhor começar pela reconstrução das casas do povo e das muralhas de Israel, para protegê-los dos inimigos? Por que tanta insistência em começar pelo templo? Simplesmente porque a “reputação” de Deus estava em jogo. Ele não poderia ser adequadamente honrado enquanto o templo permanecesse em ruínas.


2.
A Glória da Reconstrução
Setenta e dois anos após a destruição do primeiro templo, o novo templo foi erguido. Só que o segundo templo não tinha mais a exuberância do primeiro, erguido por Salomão. O povo não era mais rico, e construiu esse novo templo com os recursos escassos que tinham disponíveis. Em vez de se alegrar pelo feito da reconstrução, o povo estava cabisbaixo, triste, angustiado e… Chorando.

Em meio a esse clima de decepção e tristeza, o profeta Ageu teve a ousadia de levantar a sua voz e declarar que “… A glória desta última casa será maior do que a da primeira”. Como isso era possível? Quem poderia trazer a esse templo uma glória maior do que a que Salomão trouxe ao primeiro? “Isso é impossível”, talvez esse fosse o pensamento dos presentes enquanto ouviam o discurso do profeta.

Séculos mais na frente, um fato marcante aconteceu perto desse novo templo. Nasceu um menino de uma virgem que deveria ser levado ao templo quando completasse oito dias de nascido, para ser apresentado ao sacerdote. Havia também em Jerusalém, um homem chamado Simeão, que sabia da história do templo e que já tinha lido sobre a palavra do profeta Ageu. Este Simeão havia pedido a Deus para não morrer antes de ver a glória do segundo templo (Lc 2: 25 – 38).

No dia em que a virgem foi levar seu filho para a apresentação no templo, lá estava Simeão. Ao pegar a criança em seus braços, ele falou: “… Senhor despede em paz o teu servo… Porque meus olhos já viram a tua salvação” (Lc 2: 28 – 29). Mas o que havia de tão glorioso nesse acontecimento? É porque aquele menino era JESUS, o “desejado das nações”(Ag 2: 7), que estava sendo apresentado nesse segundo templo.

No primeiro templo Deus enviou a Sua glória para o povo, que mais tarde foi esquecida e substituída pela glória exterior da construção do santuário. Já no segundo, o próprio Senhor veio habitar no templo, deixando bem claro de que Ele (Jesus) é a glória do segundo templo, como Ageu tinha profetizado.

Para finalizar, gostaríamos de compartilhar as lições que aprendemos com essa história do templo de Israel, a saber:

  1. A glória do primeiro templo era EXTERIOR. Já a do segundo é INTERIOR. A beleza estrutural do primeiro templo impressionava tanto, que se tornou um ponto turístico em Israel. Já no segundo templo, foi no seu interior que o Salvador foi mostrado ao mundo. Foi no interior do templo que Ele veio habitar.
  2. A primeira glória foi PASSAGEIRA; já a segunda é ETERNA. Todo o esplendor do primeiro templo foi destruído junto com ele. Ele ficou somente na memória do povo. Já a presença de Jesus no interior do segundo templo é eterna, porque fez decair a glória de Salomão e permanece para sempre.
  3. Na segunda glória, Deus veio às pessoas. Todo o povo judeu tinha que ir ao primeiro templo, em Jerusalém, pelo menos uma vez por ano para oferecer sacrifícios. A adoração a Deus era centralizada no templo. Já no segundo templo, Jesus veio ao interior, já demonstrando de que Deus veio habitar no coração das pessoas. Ele veio para fazer, do povo, o seu verdadeiro templo.

O que o profeta Ageu disse ao povo naquele momento de tristeza era para reavivar suas esperanças, pois o futuro desse novo templo seria glorioso, não somente para Israel, mas também para todo o mundo. Infelizmente, alguns não entenderam a mensagem e preferiram viver sob as lembranças da primeira glória.

Fomos chamados para viver a glória do segundo templo, pois ela é interior, veio de Deus para nós e é eterna. E essa glória precisa refletir em nossa vida diária, em nossas ações, em nosso falar, onde e com quem estivermos, porque essa glória é Cristo, e “Cristo em vós, a esperança da glória”(Cl 1: 27).

Que Deus continue te abençoando.

Por Linaldo Lima
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