A Adoração da Igreja

segunda-feira, outubro 29th, 2012

Texto-Base: João 4: 24.

Bem, chegamos ao fim dos estudos de Eclesiologia e, para fechar com chave de ouro vamos refletir sobre a importância da Adoração na Igreja do Senhor Jesus. Fato é que a adoração está para a Igreja como a água e o alimento está para o corpo humano: Essencial.

A passagem de João fala sobre a verdadeira adoração, que deve ser “em espírito e em verdade”. A adoração em espírito acontece quando há comunhão entre o Espírito de Deus e o espírito humano. Adorar a Deus em verdade, é adorá-lo de maneira sincera, sem máscaras. Outro aspecto interessante é que não existe barreiras territoriais e de tempo para a adoração verdadeira. Ela deve ocorrer a qualquer momento e em todos os lugares, pois o espírito não está confinado a um único lugar ou tempo.

Duas palavras gregas são utilizadas para adoração: Proskuneõ e Latreuõ. A palavra proskuneõ, que está ligada a idéia de beijar (como beijar a terra para honrar os deuses territorias), passou a designar a prostração de alguém em reverência. Jesus usou essa palavra em sua declaração clássica sobre a adoração em João 4: 24. Já em relação à igreja, a palavra ocorre somente em 1 Coríntios 14: 25. Quanto à palavra latreuõ, ela apresenta a idéia de que a adoração é o serviço sacerdotal. Toda a vida do cristão deveria ser caracterizada pelo culto-adoração (Rm 12: 1); a palavra aparece várias vezes associada à contribuição (Rm 15: 27; 2Co 9: 12).


A adoração da igreja consiste no culto individual, comunitário, público e provado para o Senhor, gerado por uma reverência e submissão àquele que é totalmente digno
(RYRIE, 2004).


1.
O CONTEÚDO DA ADORAÇÃO COLETIVA
Esse termo é utilizado para designar o conteúdo da adoração na igreja local.

adoracao
1.1.
A Palavra
Desde o início da Igreja, ela deu grande importância à doutrina (At 2: 42). Todas as epístolas demonstram o tipo de ensinamento que deve ser comum nas igrejas e incluem os aspectos do ensino doutrinário e sua aplicação. Qualquer homem cristão poderia falar se o fizesse de maneira ordeira e se sua mensagem fosse aprovada no teste da verdade (1Co 14: 26-33). As mulheres não tinham permissão para falar em público e para grupos mistos, embora as mais velhas fossem comissionadas para ministrar às mais jovens (v. 34; 1Tm 2: 12; Tt 2: 3-5).


1.2.
Oração
A oração era praticada tanto de maneira individual quanto coletiva (At 4: 24; 6: 4; 1Tm 2: 1-8). Embora Deus seja o Todo-Poderoso e saiba todas as coisas, escolheu nos deixar ajuda-lo a mudar o mundo através das orações sinceras dos cristãos. Paulo exortou os cristãos de Corinto a orar uns pelos outros e pelos seus líderes de governo. As orações sinceras terão resultados poderosos (Tg 5: 16).


1.3.
Cânticos
O Novo Testamento ensina que um dos aspectos envolvidos na adoração é o ato de cantar, tanto em particular quanto em público. Quando alguém está feliz, deve cantar (Tg 5: 13). Paulo e Silas cantaram hinos de oração na cadeia (At 16: 25). Os cânticos também eram parte da adoração coletiva (1Co 14: 26; Cl 3: 16).

Tudo o que é feito nos cultos de adoração deve ser benéfico para os adoradores. Esse princípio inclui todos os aspectos – cantar, pregar e o exercício dos dons espirituais. Aqueles que cooperam nos cultos (pregadores, cantores, leitores) devem ter o amor como sua principal motivação, dizendo palavras úteis ou participando de um modo que fortaleça a fé dos demais crentes.


1.4. Ofertas
(Tg 2: 15-17; 1Jo 3: 17, 18; 2Co 8: 5, 11, 12; 9: 7);


1.5.
Comunhão
A Igreja primitiva continuava em comunhão (At 2: 42). Isso significa que eles tinham um relacionamento íntimo uns com os outros. Essa proximidade consistia de sua fidelidade doutrinária comum, de sua disposição em compartilhar coisas materiais, da experiência da comunhão na ceia do Senhor e das orações em conjunto.

Em outras palavras, a comunhão é formada por todos os aspectos da adoração. Não é algo que existia de forma independente da Igreja. É a prática da adoração comunitária (Ef 4: 12-17).

2. O DIA DA ADORAÇÃO COLETIVA
A Igreja do Novo Testamento usava o domingo como seu dia de adoração coletiva. Faziam isso apesar de não ser um feriado semanal, em que as pessoas não trabalhavam. Sem dúvida, muitos escravos cristãos estavam de prontidão dia após dia. Mesmo assim, conseguiam achar tempo para participar da adoração coletiva.


2.1.
A Origem do dia do Senhor.
Embora os autores procurem enfatizar a ligação entre o dia do Senhor e o sábado, a Igreja primitiva e os Pais da Igreja não faziam essa ênfase. Atribuíam valor moral ao aplicar os Dez Mandamentos, mas abriram uma exceção ao quarto, que dizia respeito ao sábado (2Co 3: 7-11; Cl 2: 16). A idéia de um dia especial para adoração pode estar ligada ao sábado, mas não estava relacionada ao sétimo dia de maneira particular. Embora os judeus respeitassem um ciclo de sete dias (baseados na semana da criação), uma divisão semanal do tempo era desconhecida no mundo greco-romano até depois do estabelecimento da Igreja no primeiro século.

A única explicação sobre o porquê de a Igreja primitiva estabelecer um novo dia de adoração não ligado ao sábado e o calendário existente era fato de o domingo marcar o dia da ressurreição do Senhor. Ele não apenas ressuscitou no primeiro dia da semana, mas também as seis aparições pós-ressurreição ocorreram no domingo, e o dia de Pentecostes, quando o Corpo de Cristo foi formado, caiu em um domingo. Quase sempre esse dia é designado como o primeiro dia da semana (Mt 28: 1; At 20: 7; 1Co 16: 2).

O dia do Senhor, portanto, é o primeiro dia da semana, o dia de sua ressurreição, e o dia usado pelos cristãos para celebrar os grandes eventos da história.

2.2.

A Singularidade do dia do Senhor.
A Igreja primitiva deixou claro que esse era um dia singular. Embora fossem às reuniões na sinagoga durante o sábado, os cristãos faziam isso para evangelizar. Deixavam para se encontrar com os outros cristãos no domingo. Romanos 14: 5 não significa que os cristãos não separavam o primeiro dia da semana para a adoração. Na verdade, Paulo os estava exortando a não se deixar pressionar pelos elementos judaicos dentro da Igreja jejuando ou guardando certos dias.


2.3.
As Atividades do dia do Senhor.

2.3.1. Lembrar e celebrar a ressurreição de Cristo;

2.3.2. Reunião para louvor coletivo (Hb 10: 25);

2.3.3. Fazer as contas para estabelecer as ofertas (1Co 16: 2);

2.3.4. Celebrar a ceia do Senhor (At 20: 7).

Nos países cristianizados, o domingo civil, com sua paralisação parcial das atividades regulares, passou a ser preenchido com outras atividades. (jogos esportivos, viagens, cinema, compras, shows, etc). Os cristãos também acabaram presos a esses usos seculares do dia do Senhor, e as igrejas abandonaram as oportunidades de utilizar as horas disponíveis no domingo para suas atividades. O resultado pode ser que, em breve, o domingo seja um dia de semana igual aos outros, exigindo também uma carga horária de trabalho igual e os cristãos voltarão a se comportar como os que viviam no primeiro século, procurando usar as primeiras horas da manhã ou tarde da noite para adorar.

Negligenciar o dia do Senhor é desrespeitá-lo, minimizar o testemunho de sua ressurreição e perder os benefícios do ministério e a proteção da adoração coletiva.

A Deus toda a Glória!

BIBLIOGRAFIA

  1. RYRIE, Charles Caldwell. Teologia Básica – Ao alcance de todos. São Paulo, Mundo Cristão, 2004;
  2. BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal. Versão Almeida, Revista e Corrigida. 1995.

Por Linaldo Lima
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